Chamada para Publicação - Revista Farofa Crítica Vol. 2 N. 1. 2022. (2.1)

Por Farofa Crítica
15/11/2021

 

Encontra-se aberta a chamada de autores e autoras para a publicação "Revista Farofa Crítica Vol. 2 N. 1. 2022. (2.1)" - ISSN 2764-2097.

A chamada ficará aberta até o dia 15/12/2021, e as incrições deverão ser realizadas pelo formulário disponível no seguinte endereço: https://forms.gle/6GZE9341SCAJ7NdC6
As normas de publicação estão disponíveis em nosso site, no endereço: http://www.farofacritica.com.br/apresentacao/
Confira a chamada completa abaixo!


TÍTULO:
Hackeamento e ocupações crítico-artísticas na era do engajamento.

CHAMADA:
Cada vez mais, a virtualidade instaura espaços de encontros, diálogos, comunicação, produção e disseminação de conteúdos dos mais diversos possíveis, afetando desde as relações profissionais até as mais íntimas e pessoais. Pessoas se cruzam nesses espaços, recebem informações, propagam as mesmas e se posicionam nas diversas mídias operadas pela internet: aplicativos, tecnologias, plataformas de conferências, dispositivos, entre outros, conectam os seres humanos através de sons, imagens e palavras digitais. Nas últimas décadas, vivenciamos um crescimento massivo dessas virtualidades, movimento esse que foi colocado à prova sobretudo quando o mundo foi tomado pela pandemia do COVID-19, que impossibilitou o contato físico por meses. Palavras como presença, realidade, ao vivo, corpo, virtualidade, verdade, digital, transmissão, algoritmo, engajamento, avatar, fisicalidade, fakes ganharam outros contornos, por vezes, muito borrados. Com isso, nos deparamos com ocupações e articulações perigosas nas redes que mudaram o curso da história, com destaque aqui ao avanço de regimes políticos fascistas e conservadores, em vários países pelo mundo, movidos pela disseminação de fake news e ocupação sistemática das redes como estratégias de controle de ações e pensamentos da comunidade.

Espaços e coletivos que valorizam a educação, a pesquisa, a cultura e a arte têm sido violentamente atacados e encurralados por políticas de sucateamento e movimentações que descredibilizam o trabalho empenhado por milhares de artistas, educadores e pesquisadores no país. Ao mesmo tempo, tornou-se evidente as distâncias promovidas entre os espaços e pessoas que produzem pensamentos e práticas nesses campos e a comunidade em si, revelando a necessidade de organizar mais ocupações e hackear sistemas.

Os anos de 2020 e 2021 estão marcados por sucessivas ações e tentativas de ocupação das redes sociais, hackeamento de plataformas, produção de conteúdos em mídias diversas e espalhamento de conhecimento de forma ampla, por parte de inúmeros coletivos e grupos políticos de esquerda, artivistas, artistas, professores, pesquisadores, críticos, entre outras figuras que ganham notoriedade e sustentam os encontros para além das presenças físicas. Essas ocupações não são inéditas, ocorrendo há algum tempo, porém ganharam significativa notoriedade nos últimos cinco anos.

A ocupação da virtualidade por grupos conservadores, neofacistas e de direita promoveram retrocessos inimagináveis e exigiram uma ação efetiva, radical e urgente do lado oposto em prol da permanência da democracia, da liberdade, do diálogo e da garantia dos direitos básicos de vida. Se pensarmos na ideia de hackeamento, é importante compreender que esta ação corresponde a uma exploração de outras utilidades e possibilidades de uso dos meios digitais, softwares e outras virtualidades. Como fazer-pensar arte engajada hackeando as ferramentas de engajamento das redes?

Nesse sentido, para esta edição da Revista Farofa Crítica, buscamos publicar textos que tratem das ações de coletivos de crítica de arte que publicam seus materiais em sites, blogs, redes sociais e plataformas de vídeos, compreendendo quais os ganhos e as perdas que essas ocupações nos permitem em relação às plataformas analógicas ocupadas anteriormente. Também buscamos escritos que versem sobre as criações de exposições, estratégias curatoriais, festivais, conferências, espetáculos e performances em plataformas virtuais, estudando seus alcances e subversões, bem como possibilidades outras, imaginadas ou não, realizadas ou não, que nos permitirão expandir o diálogo sobre as artes, seu ativismo e sua inserção nos cotidianos da comunidade. A comissão editorial desta edição, formada por Heloísa Sousa e Diogo Spinelli, busca por textos que vão para além de uma descrição das ações realizadas, mas que promovam discussões consistentes que mobilizem ainda mais os hackeamentos em prol de uma comunidade contaminada pela sua própria cultura e capaz de transformar sua realidade.

Para esta edição, receberemos até o dia 15 de dezembro, textos em formatos de artigo, entrevista ou em formato livre, que discutam as questões abordadas nesta chamada. Os textos podem ser elaborados a partir de experiências nas artes visuais ou nas artes da cena, onde daremos prioridade aqueles que discutem ações realizadas em âmbito nacional. Os autores e autoras dos textos selecionados serão notificados no dia 17 de janeiro e a publicação desta edição está prevista para fevereiro de 2022 no site Farofa Crítica.

A Revista Farofa Crítica é uma publicação independente, não dispondo de recursos financeiros para o pagamento de seus autores e autoras. Desse modo, desde a submissão dos textos os autores e autoras devem concordar em, caso selecionados, terem seus textos publicados de maneira voluntária.

 

 

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